quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Aparição


Acho que aparecestes como um fantasma que somente eu pude ver. Exerceu algum poder hipnótico sobre mim e depois se foi, deixando teu encantamento para trás. Apenas isso; nada além de tua magia. Permaneço sem teu nome, sem teu toque e sem ti. Tua alma que se foi, e a minha esvaindo-se: presas num lugar povoado por lembranças do que nunca aconteceu. Óh, fantasma meu, jamais estaremos juntos!
Sempre me pego imersa em platonismos infundados e amores instantâneos, não é a primeira vez. Mas me vi pensando em ti com uma frequência incomum, mesmo tendo a quase certeza de que não nos encontraremos novamente. Talvez porque nunca tenhamos nos encontrado: quem sabe não sejas mesmo um fantasma que decidiu habitar minha mente por uma só noite? Quem sabe não sejas um anjo de beleza incomparável que me veio desaquietar o coração? Quem sabe eu apenas o imaginei, sorrindo à distância daquela maneira resplandecente?
A verdade é que os traços de teu rosto sereno estão se tornando confusos com o passar dos dias. E logo serás esquecido: a imagem tua transformando-se num espectro. Óh, querido fantasma, saibas que ironia é sinônimo de vida real!
O que tenho a fazer é me conformar com a ideia de que tu não serás nada além de mais um membro da minha coleção de amores platônicos. Adeus, fantasma meu, adeus! Se me encontrares algum dia, saiba presentear-me com aquele sorriso  apenas uma vez mais, para eu poder me despedir.

Song and vídeo from "The Phantom of the Opera" (2004 film)

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