Que lindo seria se eu tivesse
ido. Se tivesse tido essa coragem. Se tivesse deixado tudo pra trás, esquecido
no passado. Me pego imaginando o quão fácil deveria ter sido se eu simplesmente
abandonasse meus antigos sonhos imbecis quando ainda era possível. Mas não, meu
ego infinito constantemente abafa a voz da razão.
Se não tiver nada mais a dizer,
peço que se retire. Deixe-me sozinha com meus pensamentos indigestos por algum
tempo. Preciso dar atenção a eles vez ou outra. É que se tornarão hostis caso
eu os aprisione por muito tempo.
Mas o meu silêncio faz
barulho, como o de uma triste melodia. Rondam-me todos os meus antigos desejos
de uma vez, em uma cacofonia desenfreada. E me pego pensando nos antigos planos;
aqueles de que abri mão, aqueles de que me esqueci. Acontece que a pior parte
de fugir de si mesmo é que mais cedo ou mais tarde, acabamos nos encontrando.
De uma forma meio torta,
aprendi a justificar os meus velhos erros com erros novos.
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