Quantos gritos cabem em um silêncio? Quantos
desencontros? Quantas descobertas? Quanta
coisa não dita? Quanta magoa escondida?
E quanta felicidade?
Cheguei à conclusão de que pessoas demasiadamente
silenciosas devem ter muito barulho dentro de si. Talvez haja tanta coisa para
ser dita que as palavras simplesmente somem – se calam, se escondem, se perdem,
se ocultam – por medo de serem repetidas ou ditas de maneira precipitada. Porque
nessa luta, o silêncio é vencedor: as palavras nem sempre causam o efeito esperado. O silêncio, por sua vez, jamais deixa de cumprir
o seu papel. Permanente maestria.
As palavras dizem, mas o silêncio fala. Esbanja sabedoria
e desfaz o refeito.
É por isso que incomoda.
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