Quando eu falar, não ignore. Quando eu tocar-te, sita-me.
É o meu silêncio que eu quero que escute. Quanto ao meu barulho, imploro que
entenda. É insuficiente para mim que simplesmente chegue, construa uma
impressão qualquer e depois vá embora sem conhecer-me.
O que eu disser, nem sempre é o que espero que você creia.
Minhas palavras, miseráveis e desequilibradas, costumam ter duas faces. Desfaça-as.
Depois reajuste ordenadamente tudo o que eu houver dito, para enfim entender a
verdade egrégia: a complexidade que existe em mim jamais será explicada.
Aniquile essa distância, transponha barreiras e venha
encontrar-me. Continuo nessa inércia inquebrável, esperando por teu alento. Decifra-me.
Desembarace os meus sentimentos e os
explique para mim, por favor. Eu quero que todo esse emaranhado aqui dentro
seja decodificado. Cale-se e observe-me: aqui estou para ser encontrada. Descubra
o meu ritmo e valse ao meu lado antes que se acabe a noite e esvazie-se o
salão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário