Entre, puxe uma
cadeira, acomode-se no sofá ou se sente no chão mesmo, caso prefira. O que vale
é se sentir puramente à vontade. Está em casa, faça o que quiser; pode até
tirar os sapatos. Escolha seus assuntos preferidos e veja o tempo passar. Seja
breve com eventuais reclamações, depois divirta-se. Falaremos de coisas boas.
Ou podemos simplesmente ficar quietinhos, em um silêncio sereno, ouvindo o som
de nossos pensamentos.
Venha, vamos
construir momentos inesquecíveis. Como é bom matar a saudade, não é mesmo?
Passar as horas jogando conversa fora, brincando de coisas bobas e construindo
lembranças. Quando nos cansarmos, pensaremos em algo novo pra fazer: que sabe,
nada. O dia é uma criança, a noite outra. Você e eu também, vamos agir como
tal.
Olha, tenho tanta
coisa pra contar que você pode se cansar de me ouvir. Mas peço que, por favor,
mantenha a calma. Prometo que faremos uma pausa para um lanche.Tem café quente
no bule e biscoito fresco na tigela – não se acanhe, foi para você mesmo que os
fiz. Pode até abrir a geladeira, se quiser. Não há muita coisa lá dentro
como há aqui dentro de mim, mas talvez você prefira espiar num interior menos
bagunçado que o meu.
Senti sua falta,
acho que devo confessar. Mas o que eu poderia fazer? Fui obrigada a te deixar
para trás: não pude esperar, a vida me chamou. É que você se foi assim,
deixando votos de boa sorte e sucesso, depois se esqueceu de voltar para
conferir se tinha funcionado. Minhas escolhas também levaram-me a outros
recantos, temos que dividir a culpa. Só espero que não se assuste com minhas
metamorfoses pouco sutis.
Ei, mas você já
vai? Está tão cedo ainda, fique mais um pouco! Ah, desculpe-me, esqueci que não
é de seu feitio esperar por mim. Volte um dia desses, para podermos conversar.
E falar de como estamos nos distanciando devagarinho...
BELÍSSIMO!
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