segunda-feira, 9 de abril de 2012

Madrugada

Acordo com frequência àquela hora da noite em que tudo parece próximo e distante ao mesmo tempo. E me vem esse querer à dois. À sós. À luz de velas. Você pode ficar com um frio enorme, mas ainda assim saber que alguém espera. Pode sentir uma ou outra coisa estranha, como uma vontade no canto da boca quando a outra boca se faz ausente.
Pude bem cedo perceber – assim acordada, com olhos meio baixos e boca meio seca – que te queria. O dia estava amanhecendo em todos os sentidos. E eu estava tomando uma decisão. E decidi que mais do que te querer, eu queria te conhecer. E você invadiu todo o meu pensamento. Tentei dormir, mas há muito acostumei-me à insônia – desbravando madrugadas: aconchegando-me na claridade da lua que entra pelas frestas minúsculas da janela; aquele brilho suave que só olhos muito acostumados com o escuro conseguem identificar.
Madrugada – hora em que precisa-se sentir um conforto, um toque de mão com uma voz sussurrada, esperando também por essa vida à dois. E quando esse dia chegar, ficaremos dopados de felicidade. Me perco lembrando de momentos que passaram e fantasiando momentos que ainda estão por vir...
Sinceramente acredito que não existe coisa mais linda que isso de duas pessoas querendo completar-se. Você pode rir e sentir. Pedir desculpas e se perdoar pelo momento atrasado ou passado do ponto. Chorar pela saudade e brigar pelo ciúme.
E então, vagando entre o sono profundo e um torpor semi-acordado, descubro que a verdade é que você conquista pelo o abraço apertado que me dá. Você me salva, você me alcança, você me faz falta.
Você.

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